Dirigentes sindicais levaram novas reivindicações na primeira reunião do Comitê de Crise de combate ao novo coronavírus e construíram avanços para agilizar implantação protocolos e criar ambiente de trabalho seguro

Dirigentes da Fetrafi-RS, Sindicatos do Interior, SindBancários de Porto Alegre e representante da Fetrafi-SC, participaram na tarde da terça-feira, 14/7, de reunião virtual pela plataforma zoom com representantes do Banrisul. Na primeira reunião do Comitê de Crise, os dirigentes cobraram a liberação do acesso e a padronização dos protocolos de combate ao coronavírus no Banrisul e construíram um avanço junto com os representantes da direção do banco.

Os representantes do banco assumiram o compromisso de levar à diretoria do Banrisul a reivindicação dos dirigentes sindicais de afastamento de todos os colegas de agência em que houver caso de Covid-19 confirmado por teste. O banco assumiu o compromisso de que até que os resultados sejam conhecidos, os colegas serão afastados.

O banco informou que está realizando testes e que os encaminhamentos dos casos e dos testes são feitos junto a Cabergs. “Temos o exemplo de agências nas quais, partir da testagem, afastamos todos os empregados e aguardamos os resultados. Se ele está positivo, ele não volta a trabalhar. Se não estiver, volta. Já tivemos casos de exame inconclusivo e o colega não voltou a trabalhar”, explicou o superintendente de Recursos Humanos, Gaspar Saikoski.

Além desse compromisso, os dirigentes fizeram reivindicações pontuais a respeito dos protocolos de combate ao novo coronavírus. Os representantes do banco ficaram de encaminhar até a próxima sexta-feira, 17/7, um resumo dos protocolos de sanitização do Banrisul. Questões como comunicação mais ágil, férias e revezamento também foram debatidas.

O Comitê de Crise foi criado para que dirigentes sindicais e representantes do banco monitorem diariamente as condições de atendimento e de aplicação de rotinas de combate ao novo coronavírus. Um representante dos dirigentes e outro do banco trocam informações diárias e avaliam a aplicação e os efeitos dos protocolos. A cada dez dias, o grupo se reúne para avaliar avanços e retrocessos.

Dirigentes pedem fim do cruzamento de equipes

No caso das equipes de revezamento, um pedido mais detalhado. Os dirigentes sugeriram aos representantes do banco que evitassem o cruzamento de equipes. Uma equipe com caso de Covid-19 não pode ter contato com outra no momento em que houver a substituição de equipes na agência. Os representantes do banco acolheram a sugestão.

Quanto à sanitização, os dirigentes questionaram sobre os tipos de produtos que estão sendo usados e a empresa que está fazendo a sanitização. O banco respondeu que os produtos são certificados e que as equipes de higienização seguem protocolos estabelecidos por um convênio que o banco firmou com a equipe médica do Hospital Moinhos de Vento.

O presidente em exercício do SindBancários, Luciano Fetzner, contou que visitou a agência Duque de Caixas de Porto Alegre, na manhã da terça-feira, 14/7, e constatou que os funcionários terceirizados mantinham contato com os colegas da agência mesmo sem serem testados após a ocorrência de um caso de Covid-19. “Foi didático ter estado lá e acompanhado a sanitização. Acreditamos que todos os trabalhadores que tiverem contato com um colega que está com a Covid-19 precisam ser testados e afastados. É a questão central para cortar a disseminação do vírus. As equipes terceirizadas de limpeza e segurança também devem ser testadas e afastadas”, avaliou Luciano.

Outra questão levantada pelo dirigente disse respeito às configurações das agências. Os ambientes de trabalho são diferentes do ponto de vista da arquitetura. “A questão da higienização é muito importante. Vi que foi bem feita na agência Duque de Caxias. Jogam produto até o teto. Mas temos agências que são mais fechadas e outras mais arejadas. Qual é o tempo seguro de retorno ao local após a aplicação desses produtos de higienização em cada agência?”, questionou Luciano.

A diretora da Featrfi-RS e funcionária do Banrisul, Denise Falkenberg Corrêa, pontuou questionamentos acerca do número de funcionários da limpeza nas agências bancárias. “É preciso aumentar o contingente de trabalhadoras e trabalhadores da limpeza nas agências. E é preciso que os colegas também possam comunicar aos gestores de agências. Quando houver o caso confirmado, é preciso ser célere para avisar o banco. Perdemos um tempo precioso para pedir testes e afastar as pessoas”, salientou.

O diretor da Fetrafi-RS e funcionário do Banrisul, Sergio Hoff, elogiou as iniciativas do banco em implantar protocolos efetivos de combate ao coronavírus nos ambientes de trabalho, constatou evolução e sugeriu a criação de uma brigada preventiva e que as equipes de revezamento não fossem expostas ao cruzamento. “Fico feliz que o banco esteja assumindo o compromisso de fazer a testagem total. São práticas que vão criar um ambiente seguro para os colegas. É importante que tenhamos padronizações para que as ações de combate ao coronavírus andem. E o revezamento precisa ser mais rígido. Os colegas da equipe A não podem cruzar com colegas da equipe B. Precisamos evitar que as duas equipes se encontrem para evitarmos a vetorização”, aconselhou Sergio.

A diretora da Fetrafi-RS, Ana Maria Betim Furquim, reforçou a questão da prevenção e pediu atenção da diretoria do banco quanto às férias dos banrisulenses para que não fossem impostas. “Sempre trabalhamos a questão da prevenção. Estamos aqui para ajudar. É uma troca de ajuda. Os protocolos estavam muito fechados para nós. Quais os materiais estão sendo usados na higienização? Será que as férias precisam mesmo continuar neste período? As férias também não podem ser impositivas”, questionou a dirigente.

O diretor da Fetarfi-RS e funcionário do Banrisul, Fábio Alves, fez uma sugestão para melhorar a comunicação entre o banco e as agências. “Tenho uma sugestão para a comunicação. Tem que comunicar diretamente aos superintendentes. A pandemia acontece no dia a dia. É preciso fazer um debate direto com os superintendes, principalmente, das redes de agências”, exemplificou.

O negociador do Banrisul, presente à reunião, Fernando Perez, e o superintendente de RH, Gaspar Saikoski, disseram que irão conversar com a direção do banco para estabelecer um protocolo de relação direta com os superintendes dada as circunstâncias da urgência do combate ao coronavírus. Ocorrem duas reuniões semanais com superintendentes, e a pauta do combate ao coronavírus será reforçada para agilizar a aplicação de protocolos de sanitização e afastamentos

Para o diretor da Fetarfi-RS, Luiz Carlos Barbosa, a dinâmica da circulação do vírus deve ser levada em consideração para o estabelecimento de protocolos padrões de conduta. “Pode haver o caso de um colega aparecer infectado depois de fazer um teste em casa que ele mesmo adquiriu. Ele pode ter sido infectado por um familiar, um dependente. Se tiver alguma desconfiança em casa, o colega pode trazer o teste mais rapidamente”, sugeriu.

“Nossas reivindicações visam sempre à preservação da vida, por isso entendemos como avanço o banco assumir o compromisso de afastar e testar todos os trabalhadores que tiverem contato com um infectado. Não faz sentido testar e continuar trabalhando até que saia o resultado. Entendemos que o colega deve aguardar para só após retornar. A prevenção é a melhor forma de combater a propagação do vírus, dessa forma é fundamental afastar onde tem suspeita para evitar mais contágios”, salientou o secretário de comunicação do Sintrafi de Florianópolis e Região, Cleberson Pacheco Eichholz.

Fonte: Imprensa SindBancários

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