Comando dos Banrisulenses avalia que, apesar de ter avançado, proposta precisa passar por alguns ajustes: o pagamento da PPR para os plataformistas usando o mesmo critério dos caixas foi um importante avanço. No entanto, o uso do percentual da ROAE projetado em 14% como gatilho para pagamento do bônus é um dos principais entraves, além da falta de melhoria nos valores pagos para os ONs.

Membros do Comando Nacional dos Banrisulenses reuniram-se virtualmente, na tarde desta quarta-feira (21/06), com negociadores do Banrisul para dar continuidade à negociação da PPR. Diante da insatisfação com o retorno do Banco sobre as reivindicações apresentadas no encontro passado, o Comando decidiu protelar o processo negocial para que seja possível avaliar com calma ponto a ponto. Foi solicitado ao Banco uma proposta comparativa, em que estejam assinaladas todas as mudanças em relação ao documento atual; e números que indiquem as projeções de ROAE dos últimos anos e os percentuais alcançados de fato.

O nivelamento dos plataformistas com caixas e escriturários, o que representa uma coletivização das metas, foi o principal avanço. O Banco manteve a proposta original para os ONs e o percentual da ROAE segue projetado em 14% sendo necessário atingir no mínimo 80% desta projeção para acionar o pagamento do bônus. “Estamos questionando porque a referência para o gatilho, que antes era o lucro líquido, passou a ser a ROAE. Se fosse assim em 2022, não teríamos atingido a meta e ninguém teria recebido nada. Até agora não ficou claro para nós essa mudança, que pode trazer graves prejuízos aos trabalhadores e às trabalhadoras”, alertou Raquel Gil de Oliveira, diretora da Fetrafi-RS.

Outra informação trazida pela direção do Banrisul que deixou os banrisulenses indignados foi a de que a ROAE de 2022 atingiu um percentual baixo (8,5%) devido ao montante pago em ações trabalhistas, que teria superado as estimativas do Banco. “Querem jogar pra cima de nós problemas que eles mesmo criam com a política de pressão por atingimento de metas. Esse novo PCFS, por exemplo, deixa um monte de brechas para gerar passivo trabalhista”, argumentou Luciano Fetzner, presidente do SindBancários Porto Alegre e Região.

Sérgio Hoff, diretor da Fetrafi-RS, lembrou que a projeção do percentual de ROAE não leva em conta fatores externos que acabam influenciando o resultado final. Nesse sentido, defendeu que se batalhe por um indexador mais próximo de 11%, já que a estimativa ficou entre 11% e 15%.

Em relação às melhorias nos parâmetros de pagamento da PPR para os ONs, o Comando entende que esse é um ponto do qual não se pode abrir mão. “O Acordo de PPR atual foi negociado por um ano, justante para permitir que pudéssemos ajustar inconsistências e corrigir injustiças, por isso seguiremos debatendo com o Banco e buscando melhorias para quem sentiu-se prejudicado”, lembrou Ana Furquim, diretora da Fetrafi-RS.

Raquel Gil, que coordenou a reunião, ressaltou que o valor básico da participação proposto pelo Banco está muito aquém do que deve ser e defendeu que não dá para fechar acordo sem melhoria para os ONs. “Precisamos de tempo para debater dentro do Comando ampliado ponto por ponto. A direção do Banrisul quer encerrar a negociação às pressas, mas não temos até agora uma proposta consistente para apresentar em plenária. É melhor esperar mais e termos um bom acordo”, ponderou.

A próxima reunião da Mesa ficou agendada para o dia 26 de junho.

 

Texto: Maricélia Pinheiro/Verdeperto Comunicação

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