Fortalecer a mobilização e continuar o enfrentamento dos ataques à Caixa, este foi o recado do Encontro Estadual dos(as) Empregados(as) da Caixa, promovido pela Fetrafi-RS na quinta-feira, 22, pelo Zoom. Os participantes aprovaram o envio ao 37º Congresso Nacional (Conecef) de uma moção de repúdio político contra o desmonte do Banco.
Os focos principais do debate foram Funcef, que estava em pleno processo de escolha dos Conselhos Deliberativo e Fiscal (leia sobre o resultado da eleição) e Saúde Caixa. A abertura foi realizada pela diretora da Fetrafi-RS Denise Falkenberg Corrêa e a coordenação da mesa ficou a cargo da diretora da Fenae e representante da Federação na Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Rachel Weber.
“É importante destacar que a Caixa que financia os sonhos dos brasileiros, como a casa própria, e que está presente em todo o país. Não é exagero dizer que os bancos públicos, mas principalmente a Caixa, colocaram comida na boca dos brasileiros e brasileiras durante a pandemia”, disse Denise na abertura do Encontro.
Rachel lembrou dos colegas que morreram este ano em decorrência da pandemia e explicou que o Conecef deste ano não resultará em negociação tradicional, uma vez que o acordo firmado em 2020 vale por dois anos. Porém, destacou, é importante aproveitar o momento dos encontros para fazer importantes discussões sobre a Caixa e levá-las ao conhecimento de toda a sociedade.
FUNCEF
O assessor jurídico da Fetrafi-RS Ricardo Só de Castro apresentou um panorama da atual situação da Funcef e da expectativa pela recuperação dos planos. Segundo ele, há um objetivo claro do governo federal de tornar as regras da previdência complementar comuns a todos os Fundos de Previdência e que a Funcef não foge do plano. O ataque em curso diz respeito à retirada dos participantes assistidos da governança dos fundos.
“Temos que fortalecer a representação dos participantes assistidos. Nossa esperança é conseguir fortalecer os conselhos da Funcef e ter uma melhor interlocução com o Fundo, pois essa representatividade se perdeu nos últimos anos. Agora temos uma oportunidade importante, cada um deve atuar para retomar esse espaço”, afirmou, sobre a eleição da Chapa 1, “A Funcef é dos Participantes” para os conselhos.
“Há expectativa de uma gradativa recuperação dos planos, de reduzirmos as contribuições extraordinárias e superarmos esse período de dificuldade”, concluiu.
A então candidata a suplente no Conselho Deliberativo da Funcef, Maria de Jesus Demétrio Gaia, descreveu as etapas para manter a representação dos trabalhadores e das trabalhadoras no Fundo. Entretanto, desde 2015, Projetos de Lei apresentados no Senado buscam a redução desta representatividade. “Foi uma luta para manter a nossa representação na gestão do fundo de pensão”, frisou.
Gaia destacou que o Brasil tem 290 mil fundos de pensão com um patrimônio de R$ 1,3 trilhões e que isso desperta a ganância do mercado. Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem o projeto de entregar de vez os fundos ao capital privado. “A pressão dos trabalhadores durante a Reforma da Previdência conseguiu limitar as mudanças, mas isso ainda não está afastado”, ressaltou.
Saúde Caixa
A coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, falou sobre o Saúde Caixa. Segundo ela, entre 2009 e 2015 o plano não sofreu reajustes e por um bom tempo, a mobilização dos funcionários manteve o Saúde Caixa.
“A gente está tendo muitos ataques contra a nossa empresa. Por isso, precisamos fazer esse enfrentamento. Nossa defesa tem que ser não só pela sociedade, mas também por todos os benefícios que conquistamos”, afirmou Fabiana.
A coordenadora da CEE/Caixa explicou o plano de custeio do Saúde Caixa, cuja contribuição é de 70% da empresa e 30% dos empregados. A médio prazo, alertou Fabiana, a contribuição dos trabalhadores poderá subir para no mínimo 60%. “Precisamos pensar como a gente traz propostas para que o Saúde Caixa seja viável e sustentável no ano que vem.”
O foco principal do movimento sindical no momento é mobilizar os colegas da Caixa para a defesa do Saúde Caixa e para que o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 956/18, de autoria da deputada Erika Kokay (PT/DF), que suspende os efeitos da CGPAR 23, avance no Senado.
O encontro também definiu que os Sindicatos encaminharão os nomes dos delegados e delegadas que representarão o estado no Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal à Fetrafi-RS. O Rio Grande do Sul pode levar 22 representantes ao encontro.
Fonte: Portal Bancários RS
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