A data não é apenas um momento de recordar a resistência histórica, mas também de reconhecer os desafios ainda presentes na sociedade brasileira. O racismo estrutural, a desigualdade de oportunidades, a violência policial contra a população negra e o preconceito racial continuam a ser questões centrais no Brasil, exigindo ações contínuas de transformação social.
Entre 2012 e 2022 foram assassinadas 111 pessoas negras por dia, em média, no Brasil. O número é 2,7 vezes maior quando comparado ao assassinato de pessoas não negras. Os dados são do Atlas da Violência, divulgado em junho deste ano. Foram registrados 609.697 homicídios no período, desse total, 445.442 eram pretos ou pardos. O que corresponde a 73% dos homicídios contabilizados no país, informa o documento elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Dados dos DIEESE mostram:
– O rendimento médio dos negros é 40% inferior ao dos não negros;
– Os negros recebem, em média, R$ 899 mil a menos que os não negros ao longo da vida laboral. Entre os que possuem ensino superior, o valor chega a R$1,1 milhão;
– Um em cada 48 homens negros ocupados está em um cargo de liderança, enquanto entre os não negros, a proporção é de um para cada 18 trabalhadores;
– Nas 10 profissões mais bem pagas, os negros representam 27% dos ocupados, mas são 70% dos trabalhadores nas 10 ocupações com os menores rendimentos;
– Uma em cada seis mulheres negras trabalha como empregada doméstica. O rendimento médio das domésticas sem carteira é R$ 461 menos que o salário mínimo.
Por um mundo mais igualitário e com oportunidades para todos(as)!
Precisamos de mais negros e negras nos espaços políticos, nos cargos de executivos nas grandes empresas, nas faculdades e nas agências bancárias.
A data é, portanto, um convite à reflexão, ao respeito e à valorização da contribuição dos negros para a construção da sociedade brasileira. Mais do que lembrar a história de luta e resistência, o Dia Nacional da Consciência Negra nos desafia a continuar combatendo o racismo e a promover um Brasil mais justo, inclusivo e igualitário para todos(as)!
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