Ex-ministro elencou três pautas prioritárias para os movimentos sociais: Previdência Social, defesa de estatais e luta contra MP 873
A abertura do 13º Congresso Estadual da Fetrafi-RS contou com a participação do sociólogo e ex-ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, que fez uma análise da conjuntura nacional e da importância da defesa da democracia. O evento ocorreu neste fim de semana, 13 e 14 de abril, em Porto Alegre.
De acordo com Rossetto, o governo federal vem impondo uma agenda regressiva, de acumulação de riquezas, destruição das políticas públicas e manutenção da política de subsídios. “Os movimentos desse governo precarizam as relações de trabalho, afastam o trabalhador dos sindicatos e proíbem o acesso à Justiça do Trabalho”, ressaltou.
Unidade para enfrentar retrocessos
Nesse momento de retrocessos quanto aos direitos dos trabalhadores, o ex-ministro pediu unidade para enfrentar a agenda negativa tanto no plano federal quanto no estadual e definiu três pautas como prioritárias para a defesa da democracia. A primeira delas é o combate à PEC 6/2019, que acaba com a Previdência Social. “Precisamos defender o modelo solidário de Previdência. Temos condições de derrotar essa proposta no Congresso Nacional”, ressaltou.
A segunda pauta é a privatização da CEEE, CRM e Sulgás, que estão no horizonte do governo estadual. “A agenda neoliberal (de Eduardo Leite) é privatizar e desmontar. Temos que distribuir os abaixo-assinados que os sindicatos, movimentos e partidos estão organizado, tirar esse debate dos gabinetes e abri-lo para a sociedade, o que seria uma grande vitória”, convidou.
Por último, Rossetto lembrou a importância de lutar contra a MP 873, que, entre outras medidas, retira o desconto em folha da contribuição sindical e exige que os sindicatos emitam boletos e encaminhem às residências dos trabalhadores. Além disso, os acordos coletivos não teriam mais validade para fins de cobrança, pois somente pagarão a contribuição os trabalhadores que manifestarem interesse de forma espontânea e por escrito.
“É cada vez mais importante ampliarmos a unidade das organizações políticas para enfrentarmos a unidade do capital. Há muito espaço para lutar e para resistir”, concluiu.
Joia da Coroa
Após a exposição do ex-ministro, o presidente do Sindbancários de Porto Alegre e Região, Everton Gimenes, reforçou as prioridades elencadas e destacou que, além da CEEE, CRM e Sulgás, o Banrisul também está na mira das privatizações. Segundo Gimenes, o governador Eduardo Leite teria afirmado em programa de rádio que não venderia o Banco, mas que a retirada da obrigatoriedade do plebiscito popular para decidir sobre a venda de estatais da Constituição do Estado, deixaria o caminho aberto para que seus sucessores o façam.
“A joia da coroa é o Banrisul. É lógico que sua privatização está no horizonte do governo. Não podemos deixar passar a proposta de retirada do plebiscito da Constituição do Estado. Onde passa boi, passa boiada”, ressaltou.
Fonte: Fetrafi-RS
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