O ataque a assistência à saúde nas estatais é algo generalizado. Existe a necessidade de destruir um dos poucos espaços de solidariedade que foi construído pela luta desses trabalhadores. Na reforma da previdência a proposta é acabar com a previdência solidária e estabelecer a capitalização. A lógica é que o mercado “resolverá” a nossa vida.
Devemos lembrar que temos uma greve geral, marcada para o dia 14 de junho, contra o desmonte da Previdência, a qual precisamos inserir a categoria bancária.
Em relação a CASSI, acontecerá a votação de uma “nova” proposta que mantém a lógica da que foi rejeitada, por ampla maioria, pelo corpo social. É uma falta de respeito do Banco do Brasil colocar novamente em votação essa proposta maquiada.
A categoria bancária precisa dar um recado claro: não é NÃO. Nenhum direito a menos. A solidariedade na CASSI e na previdência são conquistas nossas e que vamos lutar para mantê-las. Por isso, do dia 17 a 27 de maio, vamos dar um grande NÃO a alteração estatutária da CASSI.

Mas, veja só, na tabela abaixo com os valores atuais do CASSI Família, como já é possível verificar para qual caminho nos leva esta lógica do mercado.

Para grande parte dos funcionários do BB, é impossível colocar o pai e a mãe no CASSI Família porque os valores são impraticáveis em relação ao salário que recebemos.

Por isso, não existe outra saída para CASSI que não seja a manutenção da solidareidade.  E não existe outro caminho que não seja a luta para garantir que o banco se responsabilize pela nossa saúde.

Motivos para dizer ‘não’

A proposta cria a contribuição por dependentes, estabelece a diferenciação entre ativos e aposentados, discrimina os funcionários novos e ainda mantém o “voto de minerva” na diretoria.

Ao criar a contribuição por dependente, a Cassi destrói o princípio da solidariedade, segundo o qual cada funcionário contribui conforme sua possibilidade e todos usam conforme sua necessidade. Hoje, todos contribuem com o mesmo percentual do salário, mas no momento em se aceitar a cobrança por dependente esse principio estará quebrado.

A Cassi também tenta criar uma diferenciação entre aposentados e ativos, propondo que funcionários da ativa paguem 1% por dependente e que aposentados paguem 2%.

Ainda, se a proposta for aprovada, haverá para os ativos um piso de contribuição de R$ 50 por dependente e um teto de R$ 300. Isso significa que os menores salários vão pagar um percentual maior por dependente que os salários mais altos. É a Cassi atuando como um Robin Hood às avessas.

Outro ponto que foi mantido nessa “nova” proposta é a possibilidade do BB utilizar o voto de minerva (voto de desempate) nas votações da diretoria da Cassi.

Mas o mais grave é os funcionários que entraram no banco a partir de 01/01/2018 só levarão a Cassi para a aposentadoria se pagarem o valor integral, incluindo a contribuição patronal.

Essa proposta é uma tentativa de livrar o BB de se responsabilizar pela saúde dos aposentados. Por isso deixa claro que não tem nenhuma obrigação com os novos a partir da aposentadoria. Além disso, para os antigos, o BB não contribui sobre os dependentes.

A proposta não veio acompanhada de nenhum estudo atuarial sobre seu impacto nos próximos anos, e por isso não dá para saber qual a real necessidade do aumento da contribuição hoje.

Mais uma vez teremos saídas paliativas, porque a taxa de administração paga pelo BB, conforme a proposta, vai apenas até 2021.

Por fim, a proposta ataca a democracia, porque apresenta itens já rejeitados pela ampla maioria do corpo social e cria um mecanismo para dificultar a candidatura de funcionários a cargos representativos da Cassi.

Por isso reafirmamos NÃO É NÃO.

Vem pra luta!

A Cassi é nossa!

 

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