Somente na última segunda feira, ao menos oito bancários da Diretoria de Riscos iniciaram a semana sendo demitidos pelo banco sem justificativa; situação nas agências não é diferente

A gestão da direção do Santander não tem qualquer pudor em expor a sua face mais dura e injusta. Com o fim do ano se aproximando, o banco espanhol não se constrange em acabar com os planos dos seus trabalhadores ao demiti-los de forma arbitrária, sem qualquer justificativa, mesmo que estejam performando. Somente na última segunda-feira, 18, oito trabalhadores da Diretoria de Riscos, alocada na Torre Santander, foram demitidos pelo banco sem qualquer justificativa.

A injustiça da gestão do Santander ultrapassa limites. O banco, que lucrou R$ 10,8 bilhões até setembro, resultado 20,4% maior em relação ao mesmo período do ano passado, demite sem justificativas trabalhadores de forma recorrente, em agências e departamentos.

Somente com o que arrecada com tarifas, receita secundária, o Santander cobre em 199% as suas despesas com pessoal, incluindo a PLR. O Brasil segue liderando o resultado global do banco, com 29% de todo o lucro no mundo.

Falta de respeito

Nem mesmo no momento da demissão, o Santander demonstra respeito com os trabalhadores. É o que revela o depoimento de um dos bancários demitidos da Diretoria de Riscos.

“Meu chefe não conseguiu nem justificar a demissão. A superintendência saiu de férias e deixou a bomba com um gerente e um analista, de outra equipe, para me demitir. Fiquei envergonhado por estar diante de uma pessoa que não era da minha equipe. Não consegui falar nada. Só perguntei onde assinava. O banco tem falado tanto de respeito, diversidade, de copinho de água, e lá dentro não existe respeito com o funcionário. A gente é tratado como número”, indigna-se o bancário demitido.

“Estou em processo de crises de ansiedade, de depressão. Tive de ouvir que não era para esquecer de entregar o crachá. A impressão que dava é que eu tinha de sair dali logo para não causar pânico no departamento”, acrescenta.

O bancário revela ainda que, após ser demitido junto com outros colegas, ficou sabendo que seu chefe reuniu a equipe no intuito de encerrar o assunto. “Depois que tudo aconteceu, o meu chefe chamou a equipe e falou que não queria nem mais um piu sobre o assunto. Disse que tinham mais era que produzir para garantir o deles. Ou seja, produzir para não ser o próximo. Algo que acontece em toda a demissão.”

Agências

A gestão do Santander nas agências não é diferente da dos departamentos. Sobram demissões injustificadas, metas abusivas, sobrecarga e adoecimento.

A gestão da direção do Santander não diferencia agências e departamentos. A situação é única em todo o banco. Demissões sem justificativa, sobrecarga de trabalho para os bancários, metas abusivas e adoecimento cada vez maior dos trabalhadores.

O banco, que lucra mais no Brasil do que em qualquer outro lugar do mundo, insiste em demitir trabalhadores, sobrecarregando os que ficam, precarizando o atendimento e colaborando para o aumento da taxa de desemprego no país.

Com informações SP Bancários

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