Antes de definirem as reivindicações, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenadora do Comando Nacional, Ivone Silva, fez uma análise da conjuntura nacional e passou informações sobre as negociações mantidas com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) nos últimos cem dias, que tiveram como objetivo principal a preservação da vida e da saúde dos bancários, por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus.
Ela também relatou sobre as dificuldades que se intensificam diariamente em função da crise econômica brasileira, bem como sobre a imposição de novas práticas para a ação sindical cotidiana e da resistência do movimento sindical frente aos ataques do governo federal, que busca retirar direitos da classe trabalhadora.
“Teremos um cenário difícil neste ano, não só por conta da pandemia, mas por enfrentar uma economia já fragilizada há muitos anos. Precisamos contar com a mobilização e unidade da categoria para conseguirmos renovar toda a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), para que não haja perda de direitos pelos próximos anos, mesmo já prevendo que não haverá disposição do governo federal para negociar com o movimento sindical”, disse Ivone Silva.
Os participantes também contaram com a análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que apresentou dados sobre o impacto da crise causada pelo novo coronavírus na economia do Brasil e do mundo, além do desempenho do Itaú Unibanco ao longo de 2019 e no 1º trimestre de 2020.
Principais eixos
Dentre os debates realizados em torno dos principais eixos – emprego; saúde e condições trabalho; e remuneração, os participantes definiram como pontos principais a serem debatidos pela COE junto ao Itaú Unibanco, a valorização da vida e da saúde dos empregados durante a pandemia bem como a garantia de emprego e como será o retorno aos postos de trabalho com o máximo de segurança para os trabalhadores no pós pandemia.
No eixo remuneração, ficou definido que continuarão os debates em relação ao novo formato dos agentes de negócios e será reivindicado que todos os caixas tenham a mesma oportunidade de fazer a certificação CPA 10, sem nenhuma interferência.
Também será reivindicado que seja renovado o acordo de PCR e bolsa de estudo por dois anos. E em relação ao AGIR, que já vem sendo discutido com o banco e não teve avanços por conta da pandemia, será reivindicado que o Itaú reveja o modelo de pontuação e que o bancário passe a receber proporcionalmente pelo que foi produzido para que contemple todos os trabalhadores, principalmente durante a pandemia.
“Mesmo com a crise, conseguimos realizar nosso encontro e debater os pontos importantes para os bancários do Itaú. Inclusive aqueles que já vem sendo discutidos por meio da COE durante a pandemia. Foi possível ter um encontro produtivo e todos os 95 participantes do Brasil todo puderam ser contemplados com as suas reivindicações”, disse Jair Alves, coordenador da COE Itaú.
O representante da Fetrafi-RS na COE Itaú, Eduardo Munhoz Baptista (Dudu), destacou que, neste momento, é preciso que os bancários fiquem firmes nas reivindicações para regulamentação das questões que envolvem a pandemia e o que virá depois dela. “Nosso papel como representantes dos trabalhadores precisa ser de garantir direitos. A categoria está muito ansiosa e preocupada com o futuro e o emprego”, ressaltou.
A pauta específica dos bancários do Itaú será entregue o banco após a finalização da Campanha Nacional 2020.
Fonte: Fetrafi-RS
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