Os funcionários e as funcionárias do Santander no Rio Grande do Sul vão levar os temas sobrecarga de trabalho, redução do quadro de trabalhadores no Banco, terceirização e suas consequências, ao debate nacional. Esses foram os principais pontos discutidos no Encontro Estadual dos(as) Empregados(as) do Santander, que ocorreu nesta terça-feira, 29 de julho, pelo Zoom.

O evento teve início com uma análise da conjuntura estadual e nacional pelo diretor de Comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo. Para ele, a pandemia, a degradação ambiental e o desemprego são consequências de um modelo político neoliberal, visto hoje como “ultraliberal”, que coloca o capital econômico como prioridade.

Segundo Juberlei, tanto o governo estadual quanto o federal tomam atitudes baseadas em “agradar aos investidores”, como o encaminhamento de reformas Administrativa e da Previdência ao Congresso Nacional e a intenção de privatização de empresas públicas, no caso do governo Eduardo Leite.

O diretor da Fetrafi-RS também destacou que a lógica capitalista vem acabando com a função social do sistema financeiro, causando a precarização do trabalho, a terceirização e a redução do emprego formal.

Lucro X redução de trabalhadores

Na sequência, a técnica do Dieese Cátia Uehara falou sobre o balanço do Santander, baseando-se nos dados do primeiro trimestre. Os dados do segundo semestre foram divulgados ontem pelo Banco, portanto, um dia depois do Encontro.

No primeiro trimestre, o Banco obteve um lucro líquido de R$ 4,0 bilhões. Já no segundo, conforme o balanço divulgado ontem, superou essa marca chegando ao maior lucro líquido da sua história: R$ 4,1 bilhões.

Segundo Cátia, o que mais impactou o resultado positivo do Banco foi a sua queda das despesas. O Santander deixou de “gastar” R$ 13 bilhões de reais. “Isso é resultado da redução acelerada dos postos de trabalho e da contratação de trabalhadores terceirizados com salário mais baixos”, destacou.

O representante da Fetrafi-RS na Comissão de Organização dos Empregados (COE/Santander), Luiz Carlos Cassemiro, que coordenou a mesa, explicou que o Banco vem passando por esse processo de terceirização e que a Federação teve reunião na manhã de terça sobre esse assunto (leia mais). “As empresas SX Negócios e Prospera representam a terceirização da nossa categoria dentro do Santander”, afirmou.

Em contrapartida à terceirização e precarização do trabalho, as cobranças por metas aumentam. Desde 2012, o banco fechou 9.186 postos de trabalho. “É a primeira vez que temos menos de 45 mil trabalhadores no Santander”, enfatizou Cassemiro.

Saúde física e mental

A cobrança por metas vem causando cada vez mais o adoecimento mental dos funcionários. O secretário de Saúde da Contra-CUT, Mauro Salles, falou sobre esse assunto e destacou que o home office, embora necessário, também impacta a saúde dos bancários e que é preciso fazer esse debate, alertar sobre as cobranças exageradas por metas em plena pandemia.

Sobre a vacinação da categoria contra o coronavírus, incluída nas prioridades do Plano Nacional de Imunização, Salles ressaltou que a reivindicação do Comando Nacional dos Bancários não visava “furar a fila”, mas ter o reconhecimento de que a categoria é uma das mais expostas à pandemia desde o seu início. Mesmo com a vacinação em curso, porém, Salles ressaltou que é preciso continuar com as medidas de proteção à saúde dos bancários e que o movimento sindical deve continuar cobrando dos bancos e dos colegas o cumprimento dos protocolos.

Ao final do Encontro Estadual, os participantes definiram que encaminhariam os nomes dos candidatos a delegados e delegadas para o Encontro Nacional dos(as) Empregados do Santander. O Rio Grande do Sul levará, este ano, 14 representantes para o evento, que será virtual, no dia 3 de agosto.

Fonte: Bancários RS

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