A defesa da vida, a pressão dos Banrisulenses, o trabalho dos integrantes do Comando Nacional dos Banrisulenses venceu. Na reunião da quinta-feira, 30/9, os representantes da diretoria do Banrisul anunciaram a revisão da postura intransigente de fazer os colegas do grupo de risco, os com sequelas da Covid-19 e aqueles que têm parentes com comorbidades retornarem ao trabalho presencial na segunda-feira, 4 de outubro.
Os colegas deverão apresentar atestado ou laudo médico que será avaliado pelos médicos do banco. Assim, o retorno só acontecerá se o colega for considerado apto. O exame de retorno do banco, com a análise dos atestados e laudos médicos dos colegas, vai definir a data do retorno ou se o colega permanecerá em regime de home office.
O banco também anunciou que irá emitir uma Instrução Administrativa (IA) até a sexta-feira, 1º de outubro, com orientações claras quanto aos procedimentos. Um dos pedidos dos dirigentes foi quanto à orientação a gestores de agências e superintendentes.
O banco foi claro quanto aos procedimentos e anunciou que vai manter um sistema de comunicação periódico sobre a observação desses procedimentos e os cuidados que os Banrisulenses devem ter quanto ao uso de máscaras e de atenção aos protocolos de combate à Covid-19. A decisão e os procedimentos valem para a Direção Geral (DG) e para a rede de agências.
Para deixar bem claro, os colegas que não se sentem aptos por fazerem parte do grupo de risco não retornam na segunda-feira, 4/10. Esse(a) colega só retornará ao trabalho se o setor de medicina de trabalho do banco assim concluir e somente depois da avaliação médica do banco. Aqueles que não se enquadram neste perfil serão orientados ao retorno.
O banco também anunciou que tomará todos os cuidados com aglomerações, que haverá rodízio nos setores, que vai obedecer a todos os protocolos de sanitização e que não vai esperar que os(as) colegas levantem a mão; o banco vai estender a mão para os colegas que não têm condições de saúde para voltar ao trabalho.
Os dirigentes, é claro, estarão atentos a essas decisões médicas do banco e estão à disposição, como sempre, dos Banrisulenses, caso haja algum problema e levarão cada caso ao setor responsável do Banrisul.
Distribuição de máscaras
Os dirigentes voltaram a questionar sobre a entrega das máscaras PFF2 adquiridas pelo banco. Alguns setores, como o jurídico, já receberam seus Equipamentos de Proteção Individual (EPI). As máscaras, anunciou o banco, estarão à disposição na expedição da Direção Geral (DG) a partir da segunda-feira, 4/10. É preciso ir até a expedição e solicitar os equipamentos para distribuir aos colegas de seu setor ou agência.
Mães com filhos(as) em creches
A diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, fez uma importante lembrança a partir do pedido de colegas que têm filhos(as) em creche. Com a pandemia, muitas creches ou estão fechadas ou em um regime de horários mais restrito, o que dificulta a vida das colegas Banrisulenses. A diretora solicitou que o banco estivesse sensível e procurasse atender as dificuldades dessas colegas. São casos pontuais, mas que devem ser levados em consideração. Uma das sugestões é adequar os horários dessas colegas no rodízio de seu setor ou agência ao regime de horário adotado pela creche frequentada pelos(as) filhos(as).
Derrotar a pandemia é defender a democracia
É importante ressaltar o avanço e a consciência do Banrisul quanto à defesa da vida e da saúde dos Banrisulenses. Mas precisamos deixar claro que a irresponsabilidade, a negação à ciência, a rejeição à vacinação, elevam os riscos de contaminação e consequentemente de mortes e doenças por Covid-19.
O Brasil já chegou há quase 600 mil mortos e muitas dessas poderiam ser evitadas se governantes fossem mais responsáveis. Por isso, é fundamental que todos(as) os(as) Banrisulenses cumpram o protocolo de vacinas, usem equipamentos de proteção, como as máscaras PFF2 que o banco está distribuindo e pense no colega. Se eu não me protejo, coloco em risco a vida de um colega (e de seus familiares) com quem convivo há muitos anos.
É uma questão de democracia também. Precisamos juntos derrotar a pandemia. Derrotar a pandemia neste momento histórico que o país vive, é defender a democracia e nossos direitos. Sem democracia, os dirigentes sindicais não teriam buscado a proteção que os colegas do grupo de risco tanto precisam. Os Banrisulenses conquistaram uma vitória, mas ela será pequena se não vencermos a pandemia e defendermos a democracia.
Saiba o que fazer se não se sentir apto a retornar ao trabalho presencial
> Se você faz parte do grupo de risco, tem sequelas da Covid-19 ou tem parente coabitante com alguma comorbidade (em tratamento de câncer ou de outras doenças), ne fim, se você não se sentir apto ao voltar ao trabalho presencial na segunda-feira, 4/10, vá até seu médico particular ou de seu parente e solicite um atestado ou laudo médico.
> Envie ao banco o mais breve possível. O banco se comprometeu em orientar este envio em uma Instrução Administrativa (IA) sobre o destino de seu atestado ou laudo.
> A medicina do trabalho do banco irá avaliar a documentação. Então, expedirá laudo médico para exame de retorno.
> Você será informado sobre a data do retorno ou se permanecerá em home office.
> Antes dessa avaliação do banco, você não voltará ao regime de trabalho presencial.
O que disseram os dirigentes
“Queria saudar o ritmo da mesa e saudar os novos tempos e o outro patamar que chegamos hoje. Não temos dúvida que tanto para nós quanto para o banco essa foi a melhor saída. Que bom que conseguimos chegar nesse patamar de entendimento. Prezamos pela vida, pela segurança, pelo nome do banco e pela comunidade. Vai dar mais conforto, mais tranquilidade e mais cabeça fria para todos os lados. Vamos ter que administrar algumas situações. Estamos numa fase de reconstrução no mundo inteiro. Nossas vidas pessoais, nossas relações, a economia, o banco os negócios… É uma crise. Essa é a maior crise depois de 1945. Tem potencial de ser uma crise maior que a de 29 [1929, com a quebra da Bolsa de Nova Iorque]. Temos que ter essa compreensão do momento que estamos passando. Vai nos dar muito mais conforto e tranquilidade para construir o futuro que a gente tanto almeja.” (Denise Falkenberg Corrêa, diretora da Fetrafi-RS)
“Este movimento nos recoloca dentro do que construímos desde março do ano passado. Sentar, discutir e chegar a acordo que possa dar conta dos anseios dos colegas. Acredito que a parte central do que discutirmos está sendo recolocada. Importante chegarmos a esse caminho do entendimento. Entendo que aquilo que estávamos mais preocupados que era o açodamento do retorno do grupo de risco, que já deveria estar à disposição no dia 4 de outubro, poderia ocasionar um risco por contaminação por Covid ou até alguma doença psíquica em colegas há muito afastados do presencial. Aqueles que se mantiveram isolados e tomando todos os cuidados quando recebem uma notícia dessas, podem ter um impacto, o que pode trazer um transtorno psíquico com resultado negativo até na imunidade, causando outras doenças.” (Cleberson Pacheco Eichholz (presidente do Sintrafi-SC)
“Só tenho que agradecer que o banco aceitou vir conversa para discutir o retorno e não deixar como estava a proposta. Tenho certeza que essa mesa de pandemia vai ser contínua. Hoje estamos com uma agência fechada (Parobé) por conta da Covid-19. A qualquer momento, estamos aqui para discutir de novo. Quando a gente pensa que está melhorando, volta o vírus. Talvez por algumas aglomerações e que fogem ao nosso controle. Agradecer que o banco veio com outra proposta. Tenho certeza de que vários colegas vão estar mais tranquilos.” (Ana Maria Betim Furquim, diretora da Fetrafi-RS)
Quero reiterar aqui aquele nosso mantra. A clareza das informações para os gestores para evitar mal-entendidos propositais ou não propositais que a gente sabe que acontecem. Na semana passada, tivemos uma mesa bem longa e pormenorizada. Debatemos a questão dos 15% e dos revezamentos. E reproduzimos detalhadamente tudo o que vocês disseram. Mais uma vez, nos deparamos com uma Instrução Administrativa de que o retorno seria dia 4, o que gerou toda a sorte de interpretações. Gestores mandando os colegas queimarem todos os seus ABAS assiduidade. É um exemplo de confusão que a falta de clareza ocasiona. O banco deve orientar os(as) trabalhadores(as). Insisto no mantra de sempre. Quanto mais pormenorizadas forem estas IAs [Instruções Administrativas], menos margem de manobra para interpretações e mais podemos ajudar para explicar todos os procedimentos que serão feitos. (Luciano Fetzner, presidente do SindBancários)
“Com esse posicionamento de vocês, vamos, pelo menos, amenizar o sofrimento das pessoas que estavam apreensivas. Pessoas sem condições de saúde, pessoas que ficaram com lesões por causa da Covid. Minha preocupação é que temos gerentes e superintendentes mais realistas que o rei. Então, é preciso uma maneira eficaz de comunicar essas pessoas. Deixar claro para os gestores que eles têm que cumprir aquilo que está sendo determinado. Pediria para observarem isso. Deixar bem claro para as administrações que o caso do retorno do grupo de risco tem que seguir essa regra que vocês estão fechando conosco. Não deixar que ultrapassem essa linha.” (Luiz Carlos Barbosa, diretor da Fetrafi-RS)
Participaram da reunião os seguintes integrantes do Comando Nacional dos Banrisulenses: Denise Falkenberg Corrêa (Fetrafi-RS), Ana Maria Betim Furquim (Fetrafi-RS), Luciano Fetzner (presidente do SindBancários), Cleberson Pacheco Eichholz (presidente do Sintrafi-SC), Gerson Kunrath (presidente SEEB Vale do Caí), Ana Maria Silva (SEEB Lajeado), Fábio Soares Alves (Fetrafi-RS), Luiz Carlos Barbosa (fetrafi-RS), Milton Fagundes (assessor jurídico da Fetrafi-RS).
Como representantes da diretoria do banco, estiveram presentes: Marco Aurélio Oliveira (negociador do Banrisul), Gaspar Saikoski (Superintendente de RH), Paulo Henrique Pinto da Silva (assessor jurídico), Raí Mello (assessor jurídico), Douglas Bernhard (assessor jurídico) e Sergio Juchem (advogado do Banrisul).
Fonte: Imprensa SindBancários
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