O movimento sindical obteve avanços na segunda rodada do acordo específico do Santander com relação ao aumento do período de amamentação, ao combate do assédio sexual e da violência contra as mulheres

O movimento sindical obteve avanços na segunda rodada do acordo específico do Santander com relação ao aumento do período de amamentação, ao combate do assédio sexual e da violência contra as mulheres; pauta sobre mais contratações ainda não andou

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu com o banco nesta sexta-feira (12) para dar continuidade às negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2022, com o objetivo de renovar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos trabalhadores do Santander, aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.

A coordenadora da COE, Lucimara Malaquias, disse que o movimento obteve três avanços importantes nas negociações desta sexta-feira. O primeiro é que, a pedido do movimento sindical, o banco aceita estender o período de amamentação de 9 para 12 meses. “Consideramos isso algo extremamente importante para a saúde do bebê e para o fortalecimento dos vínculos entre mãe e filho. Essa é uma reivindicação importante do movimento sindical, que dialoga muito com o momento da maternidade e primeira infância”, disse.

Segundo Lucimara, também a pedido do movimento sindical, o banco aceitou tornar a prevenção e o combate ao assédio sexual algo mais contundente e firme dentro das dependências da instituição. “Está sendo construído um termo de relações trabalhistas, no qual o banco vai se posicionar e estabelecer um código de conduta bastante claro em relação ao assédio sexual. Vamos aguardar a redação deste termo para que a gente faça nossas ponderações e inclua aquilo que acharmos importante”, explicou. “A proposta de inclusão do termo no aditivo vem ao encontro da luta permanente dos sindicatos de combate e prevenção ao assédio sexual”, completou.

Na análise do também representante da COE, Luiz Cassemiro, a categoria obteve importantes avanços quanto ao período de amamentação, passando de 9 para 12 meses.

“Avançamos no combate ao assédio sexual e violência contra as mulheres. São pautas de extrema importância e necessárias para a valorização de nossas colegas”, avaliou.

Ainda segundo o diretor, “na próxima terça-feira (16) vamos retomar a mesa de negociações para falar sobre outras pautas, como reajuste no valor das bolsas de estudo, licença menstrual, termos da Cabesp e Banesprev, termo de relações laborais, além da isenção de tarifas de manutenção de contas para os funcionários”, destacou Cassemiro, ao lembrar que, somente no Brasil, funcionários do banco pagam tarifas de manutenção de contas.

Reajuste no Programa Próprio de Resultados do Santander (PPRS)

De acordo com o dirigente sindical e membro do COE, nas próximas agendas de reuniões com o Santander haverá a negociação do PPRS.

“Apesar dos avanços, cobramos mais contratações de bancários e bancárias. Os colegas estão
sobrecarregados diante de tantas demandas acumuladas por conta também da reestruturação de cargos que o Santander tem feito e extensão de horário no atendimento”, pontua.

“Outro ponto de extrema importância onde observamos que o Santander tem sido muito agressivo na terceirização de áreas do seu negócio. Esta é uma pauta que os colegas devem estar muito atentos pois o Santander já terceirizou os gerentes de investimentos, passando estes para a Corretora de Valores. Além, é claro, da SX Negócios, que já conta com mais de 7 mil trabalhadores terceirizados. Outros que passam por processo de terceirização são os agentes da Prospera, uma empresa de
microcrédito, mas que na prática estão dentro das agências do Santander trabalhando pela geração de lucros e sendo cobrados como os colegas bancários”, explica Cassemiro.

O terceiro avanço na negociação de hoje é com relação a criação de um termo sobre o combate à violência contra mulher. “Este debate também vem ocorrendo na mesa da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e, cada vez mais, tem se tornado algo extremamente urgente e necessário na sociedade brasileira”, disse, ao acrescentar que o banco também enviará uma proposta de termo com algumas condições e garantias para as vítimas de violência, garantindo o afastamento dos seus locais de trabalho. “Inclusive com a disponibilização de materiais do movimento sindical e de entidades que tenham credibilidade no assunto, no sentido de melhorar a informação sobre o tema e também o combate em relação a isso e, principalmente, de apoio às vítimas nessa situação”, completou.

Emprego

Outro ponto tratado na negociação desta sexta-feira foi a questão do emprego. “Queremos mais contratações de bancários. E esta é uma demanda urgente no Santander”, reivindicou a coordenadora da COE, ao lembrar que o banco tem feito contratações que, ao que tudo indica, são de terceirizados. “O banco tem intensificado drasticamente o processo de terceirizações e o movimento sindical pede números e detalhamento dessas contratações, porque, na prática, o que a gente vê na rede é o esvaziamento das agências e sobrecarga de trabalho”, completou.

Para Lucimara, a automatização e a reestruturação sistêmica e funcional que o Santander tem feito nos últimos anos não tem resultado em melhores condições de trabalho. “Ao contrário! Os bancários continuam adoecendo e cada vez mais o número de clientes e de contas por funcionário tem aumentado”, observou. “Por isso, queremos que o banco detalhe para qual empresa do grupo estão sendo contratados estes funcionários. E permanece nossa reivindicação para que haja contratação de bancários”, disse.

As discussões sobre o tema serão retomadas na próxima reunião de negociações, marcada para terça-feira (16).

Fonte: Contraf-CUT

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *