Pesquisa realizada com bancários de todo país serviu de base

• Cláusula específica sobre teletrabalho foi apresentada para a Fenaban; mantendo todos os direitos; respeito à jornada; igualdade de oportunidades; ressarcimento de custos e fornecimento de equipamentos;
• Reivindicações sobre o tema foram feitas com base em pesquisa do Dieese
• Fenaban vai levar resultado da pesquisa para os bancos
• Comando quer que teletrabalho seja acordo coletivo
O Comando Nacional dos Bancários apresentou nesta terça-feira (4) aos representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) uma série de propostas para regulamentar o teletrabalho. São diretrizes para regular o trabalho à distância na categoria, que chegou a ter cerca de 300 mil pessoas em home office. Questões como o agravamento da saúde após o teletrabalho, custos com equipamentos não compensados pelos bancos e jornadas de trabalho excessivas são alguns dos impactos levantados em uma pesquisa feita de 1º a 12 de julho, em meio à pandemia. A pesquisa serviu de base para a cláusula 56 da minuta de reivindicações, específica sobre o tema.
“Apresentamos a pesquisa, fizemos debates e colocamos vários exemplos de como o teletrabalho impactou a vida dos bancári@s e suas famílias. Tem que ter controle da jornada de trabalho, não pode ter aumento de meta para quem está em teletrabalho. Tem que cumprir a jornada, pagar os custos com equipamentos e internet. Também tem que ter o direito a desconexão, para que o trabalho não invada o horário de almoço, a noite e a folga d@ bancári@”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Setor Financeiro (IContraf-CUT), Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional.
A pesquisa foi feita pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), com cerca de 11 mil bancári@s que estavam em teletrabalho.  A consulta mostra o impacto que o teletrabalho causou na vida da categoria. Um deles é que apenas 19% disseram que têm algum cômodo apropriado para o trabalho em suas casas. Quase metade dos consultados (44,8%) utiliza a sala de suas casas como escritório de trabalho. Até a cozinha é usada no teletrabalho, opção de 5,1% dos bancári@s.
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“Como faz a família de quem está trabalhando em casa? Ela vai dividir a sala com o bancári@? Porque quase metade dos bancári@s que estão em home office trabalham na sala. E hoje falamos, por exemplo, de imóveis pequenos, que têm 20 a 30 metros quadrados”, questiona Juvandia. A presidenta da Contraf-CUT destacou na apresentação da pesquisa que 32% dos entrevistados não têm controle sobre a jornada de trabalho em casa. “E fica pior para as mulheres porque o teletrabalho acaba sendo um fator de acumulo para elas”, explicou. A presidenta da Contraf-CUT lembrou que o teletrabalho não pode ser imposto. “O teletrabalho tem que ser voluntário. Porque há os que gostam e querem realizar um regime misto e há os que não querem e preferem o regime presencial”, destacou.

Bancos

Ao receberem a cláusula específica sobre teletrabalho, os representantes da Fenaban disseram que inicialmente não há consenso entre os bancos sobre negociar o tema e há quem queria fazer negociações individuais com os funcionários ou Acordos Coletivos por banco. No entanto, os negociadores da Fenaban afirmaram que a pesquisa apresentada é importante para ser melhor debatida entre os bancos. Após a cobrança do Comando de que o teletrabalho passe por negociação coletiva, vão levar o resultado da pesquisa para o setor com os argumentos levantados na reunião para reavaliarem e realinharem suas posições sobre o teletrabalho.
“Não aceitamos a negociação individual. A Fenaban ficou de mostrar a pesquisa para os bancos, com todas as ponderações do movimento sindical, para que eles revejam esse posicionamento. A pesquisa do Dieese mostra que pioraram os indicadores de saúde na categoria, há efeitos na jornada de trabalho, custos maiores para quem está em home office, são indicadores que precisam ser respeitados”, falou Juvandia.

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“Têm bancos que controlam jornada e outros, não. Conseguimos depois de muitos anos e negociações, reduzir problemas como o não pagamento de horas extra. Hoje esse problema é menor comparado com o passado”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional da categoria. Ivone propôs também que o Comando Nacional e a Fenaban formassem um grupo de trabalho sobre o teletrabalho, para acompanhar o funcionamento, pós negociação. O Comando Nacional também não admite a redução de direitos dos bancári@s para os que continuarem em teletrabalho.

Próxima reunião

O tema do teletrabalho será retomado durante as negociações entre o Comando e a Fenaban. A próxima reunião de negociação será na quinta-feira (6), a partir das 14h, quando o tema a ser debatido será a questão do emprego.
Fonte: Contraf-CUT
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