A diretoria do Sindibancários, atenta à situação estressante a que os bancários e bancárias estão submetidos, buscou orientação da psicóloga Maria Isabel Perez Mattos, que esclarece no artigo abaixo como o ambiente de trabalho nos bancos está organizado para adoecer as pessoas. Pelas notícias que recebemos, também os gestores estão vivendo sob pressão diária dos seus superiores, inclusive com metas de realizar negócios e da sociedade. As notícias que recebemos, além de buscar ajuda psicológica ou psiquiátrica, conforme a situação, o Sindicato é um canal para receber denúncias  e prestar orientações.

Neste período de cuidados para deter o Coronavírus, o telefone/whats (51-999840923) da Diretora do Jurídico, Célia Zingler, está à disposição para esclarecer dúvidas e orientar encaminhamentos.

 

Artigo: O coronavírus mostra uma nova face do assédio no trabalho bancário

O setor bancário no Brasil vem sofrendo mudanças políticas e de gestão. Neste cenário de hiper competitividade e globalização, exigências acima do possível, metas inatingíveis, instabilidade profissional, desestruturação e posturas abusivas por parte de chefias que frequentemente praticam dano moral estão aumentando e causando doenças ocupacionais psicológicas/psiquiátricas e orgânicas. Os bancos ao invés de investirem no treinamento para chefias liderarem sem cometer dano moral e criar programas efetivos para saúde do trabalhador, focam exclusivamente no lucro, no marketing e na tecnologia (Elgenneni, 2009). A este quadro soma-se agora o Coronavírus que demanda a quarentena como forma eficaz de controle da doença. Apesar da indicação de isolamento social frente ao Coronavírus os Bancários estão sendo coagidos a trabalhar em situação de alto risco em ambientes fechados (sem ventilação ou luz solar) e em contato com o público. Os bancários, desta forma, encontram-se ainda mais expostos, sendo vítimas de uma nova espécie de assédio moral contra a categoria. As pessoas nesta situação tem apresentado sentimento de medo, desespero, angústia, insônia, crises de choro, depressão e raiva.

Hirigoyen (2006) psiquiatra e psicanalista francesa ao discorrer sobre violência e humilhações no trabalho define assédio moral como qualquer conduta abusiva (gesto, palavra ou ato) que atente, por sua repetição e sistematização, contra a dignidade psíquica ou física de uma pessoa ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho. Heloani (2004) destaca a consequente fragilização do empregado.

As vítimas mais atingidas pelo assédio moral são as mais honestas e dedicadas, portanto mais responsivas as exigências (Moura, 2006). As consequências mais comuns ao assédio moral são adoecimento físico e mental do trabalhador, absenteísmo, afastamento, problemas familiares para o assediado e efeitos na sociedade como um todo (Cassito, 2003).

 

Se você se identificar com estas situações não hesite em procurar orientação/ajuda. Não se automedique.

Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos

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